Descição

Como o viajante que vai a caminho do Sul, atravessa o Douro em Vila Nova de Gaia, entra em terras que a bem dizer são diferentes, mas desta vez não lança aos peixes uma nova peça do seu sermonário. De tão alta ponte não o ouviriam, sem contar que estes peixes são de cidade, não se rendem a sermões. Nesta margem esquerda do rio estão enterrados grandes tesouros: são os que vêm daquelas vistas encostas talhadas em socalcos, das cepas que perdem as suas folhas e são negras como raízes queimadas: nesta encosta de Gaia desaguam os grandes afluentes das uvas esmagadas e do mosto, aqui se filtram, decantam e dormem, espíritos subtis do vinho, cavernas onde os homens vêm guardar o Sol, como terras baixas, vizinhas do mar.

Pretende a presente proposta, como se infere do parágrafo anterior, contribuir para a valorização de toda a zona, recriando uma área que se encontrava adormecida, mas com história, pelo que se teve em conta o enquadramento urbano e paisagístico de todo o conjunto, onde a qualidade de vida irá ser substancialmente melhorada, contribuindo assim para melhorar e optimizar a oferta em termos turísticos e de saúde, ambos numa vertente classificada de “sénior” do próprio concelho de Vila Nova de Gaia e talvez na própria região envolvente, tão necessária quanto urgente nos dias de hoje, não deixando de cumprir os parâmetros estabelecidos nos documentos de gestão urbana existentes.